terça-feira, 29 de março de 2011

Presidio

Parar a Anhanguera, fazer um panelaço e um abaixo-assinado, lotar a praça, espalhar outdoors e faixas pela cidade, fechar as lojas em protesto por alguns minutos, pressionar via email os deputados estaduais e federais... Estas foram algumas das propostas aprovadas na primeira reunião do Movimento de Repúdio ao Presídio.
Todas com um só objetivo: mobilizar a cidade de Pirassununga para que a pressão contra a construção de uma penitenciária no bairro Souza Queiróz de Santa Cruz da Conceição, a menos de 9 km de Pirassununga, chegue ao governador Geraldo Alckimin.
“Se tiver que perder todas as verbas prometidas para a região em troca de um presídio eu perco, mas não quero presídio aqui”, disse o presidente da Associação Comercial e Industrial de Pirassununga (ACIP), Sebastião Amador Mistieri Júnior, resumindo o sentimento que tomou conta das pessoas, a maioria preocupada com o que pode ocorrer com a cidade caso uma penitenciária masculina para quase 800 presos seja instalada na cidade vizinha, como é o plano já anunciado pelo Governo do Estado.

Presidio

O movimento de repúdio à construção de um presídio à 5 km de Pirassununga planeja sua primeira manifestação pública. Após se reunir em assembléia na última quinta-feira (24), um evento deverá acontecer na próxima sexta-feira (1).

A organização do movimento, encabelada pelo advogado Luis Henrique Druziani que tem apoio de várias entidades já tem algumas idéias.

As entidades participantes estão sendo consultadas sobre qual evento seria
possível de se realizar para que tenha repercussão. Está sendo levado em conta de que a sexta-feira (1) é dia normal de trabalho.

Dentre as idéias passadas estão: ato em praça publica (com bom numero de pessoas), pedido para que o comércio feche por alguns minutos e que, se possível alguns funcionários se desloquem para a praça. Na data deverá ser lançado um abaixo-assinado.

Os eventos estão sendo divulgados na mídia pirassununguense e regional.
A organização do movimento está elaborando a Ata da Assembleia de 24 de março realizada na Câmara Municipal. O movimento surgiu devido à intenção da construção de uma unidade prisional na cidade de Santa Cruz da Conceição.
Na foto: presidente do Conseg de Santa Cruz da Conceição - Mário Felício Junior e o advogado Luís Henrique Druziani
Veja também: Pirassununga inicia movimento de repúdio à presídio
Movimento de repúdio ao presídio prepara manifestação

Presidio

Presídio - movimento quer parar a Rodovia Anhanguera

 28/3/2011

Pressão política é a saída para barrar vinda de penitenciária

Parar a Anhanguera, fazer um panelaço e um abaixo-assinado, lotar a praça, espalhar outdoors e faixas pela cidade, fechar as lojas em protesto por alguns minutos, pressionar via email os deputados estaduais e federais... Estas foram algumas das propostas aprovadas na primeira reunião do Movimento de Repúdio ao Presídio, ocorrida na noite de quinta-feira na Câmara Municipal. Mais de 80 pessoas, representando 40 entidades, associações de bairros, escolas e universidades, lotaram o plenário e deram muitas ideias. Todas com um só objetivo: mobilizar a cidade para que a pressão contra a construção de uma penitenciária no bairro Souza Queiróz de Santa Cruz da Conceição, a menos de 9 km de Pirassununga, chegue ao governador Geraldo Alckimin.
“Se tiver que perder todas as verbas prometidas para a região em troca de um presídio eu perco, mas não quero presídio aqui”, disse o presidente da Associação Comercial e Industrial de Pirassununga (ACIP), Sebastião Amador Mistieri Júnior, resumindo o sentimento que tomou conta das pessoas, a maioria preocupada com o que pode ocorrer com a cidade caso uma penitenciária masculina para quase 800 presos seja instalada na cidade vizinha, como é o plano já anunciado pelo Governo do Estado.
“Santa Cruz da Conceição é o menor dos males”, avisou o presidente do Conseg – Conselho Comunitário de Segurança da cidade, Mário da Cruz Felício Júnior. “Quem achar que vai vir emprego, está enganado. O presídio é autosuficiente. E quem vai sofrer é o comércio e as Santas Casas de Pirassununga e Leme.”, completou ele.
E foi justamente essa uma das grandes preocupações das associações de bairros como Santa Fé e Vila São Pedro, presentes à reunião. Para elas, por serem mais pobres, é lá que vai ser o maior fluxo de famílias dos presos que se mudarem para a região, superlotando áreas já tão carentes.

SAP confirma
O início da construção de uma unidade prisional no km 198 da Rodovia Anhanguera ainda não está marcado, mas a Secretaria da Administração Penitenciária confirmou em email a O Movimento a vinda do presídio, desmentindo a notícia de que havia desistido da empreitada. “A SAP pretende construir uma Penitenciária Masculina naquela região”, diz o texto enviado pela assessoria da Secretaria. “Importante lembrar que a população carcerária do Estado de São Paulo vem aumentando substancialmente, principalmente durante este ano. O programa de construção tem como objetivo a retirada de todos os presos e presas que se encontram recolhidos em Cadeias Públicas e Distritos Policiais, bem como atenuar o grave problema da superlotação carcerária nas unidades prisionais”.
Apesar disso, os líderes do movimento pirassununguense acreditam que ainda há tempo de se fazer alguma coisa. “Podemos sim brecar a vinda desta catástofre”, afirma Luiz Henrique Druziani, organizador do movimento. “Nós derrubamos um presidente da República, podemos derrubar esse presídio”, concorda o vereador Léo. “Lamento pelas famílias dos presos, mas esse presídio vai trazer muitos problemas para a nossa cidade e impedir que as empresas venham para cá”.
Exatamente por isso, todos os presentes à reunião concordaram que só uma pressão política e organizada da sociedade pode fazer o governador desistir da ideia, como já ocorreu em outras cidades, como Rio Claro, Capela do Alto e Porto Feliz. Como lembrou o vereador Almiro Sinotti, será o quarto presídio numa área de pouco mais de 130 km (Aguaí, Casa Branca, Itirapina e Santa Cruz da Conceição). “Se não tiver pressão popular, não muda nada”, avisa o vereador Roberto Bruno. E pelo que foi aprovado na reunião de quinta-feira, a pressão deve começar já no dia 1º de abril, com uma grande passeata. Se vai funcionar, só o tempo dirá...